Ataque terrorista no Brasil

Ou quase isso ...

Ataque terrorista no Brasil
Photo by Levi Meir Clancy / Unsplash

Alguns documentos ultra-secretos do Serviço de Investigação da Polícia Federal, revelados recentemente, afirmam que Osama Bin Laden deu ordens a seus homens para organizar um atentado aéreo no Brasil. 

Devido ao profundo ódio por festas monumentais (símbolo da globalização da alegria), a cidade escolhida foi o Rio de Janeiro, por causa do Carnaval e, mais precisamente, o Cristo Redentor (símbolo da religião dos infiéis). Assim, os dois melhores terroristas kamikazes viajaram para o Brasil.

Os dois chegaram assim ao Rio de Janeiro determinados a impor o castigo de Alá aos infiéis tupiniquins. A missão felizmente não teve sucesso, conforme os registros da Polícia Federal enviados ao Lula, ao Obama e ao Papa.

Eis a narração dos fatos:

Domingo, 21:47: chegam ao Aeroporto Internacional do Galeão, vindos da Turquia. Suas malas são extraviadas e, depois de mais de oito horas de peregrinação por diversos guichês, conseguem sair do aeroporto, após serem aconselhados pelos funcionários da Gol a voltar no dia seguinte, pois assim, talvez teriam mais sorte...

Pegam um táxi na saída do aeroporto. O taxista percebe que são estrangeiros e leva uma hora e meia dando voltas com eles pela cidade, para abandoná-los em um lugar ermo da Baixada Fluminense, tendo parado no caminho para que dois cúmplices os assaltem, batam neles e lhes roubem os dólares.

Segunda-feira, 04:30: graças ao treinamento de guerrilha que receberam nas cavernas do Afeganistão e nos campos minados da Somália, os dois terroristas conseguem chegar a um hotel. Decidem alugar um carro na Hertz em Copacabana e se dirigem ao aeroporto para sequestrar um avião para jogá-lo bem no meio dos braços abertos do Cristo Redentor.

Pegam um congestionamento monstro, por causa de uma manifestação de estudantes e professores em greve, e ficam horas parados, além de terem seus relógios roubados em um arrastão no meio do congestionamento.

Segunda-feira, 12:30: decidem parar no centro da cidade, procuram uma casa de câmbio para trocar o pouco que sobrou de dólares e recebem notas de R$100 falsas, dessas que são feitas grosseiramente a partir de notas de R$1.

Segunda-feira, 15:45: chegam por fim ao aeroporto do Galeão com a firme intenção de sequestrar um avião. Os pilotos da VARIG estão em greve por mais salário e menos horas, e os controladores de voo também estão em greve. Querem equiparação com os pilotos. O único avião disponível na pista é um da Transbrasil, que havia sido fretado para a Soletur, mas sem combustível.

Os empregados e os passageiros estão acampados na sala de espera e nos corredores do aeroporto, tocando pagode e gritando slogans contra o governo, os pilotos e a Rede Globo. A polícia de choque chega batendo em todos, inclusive nos terroristas.

Segunda-feira, 19:05: finalmente a calma reina e os dois filhos de Alá, ainda ensanguentados, se dirigem ao balcão da Transbrasil para comprar as passagens. Mas o funcionário que lhes vende os bilhetes omite a informação de que os voos da companhia estão suspensos por tempo indeterminado.

Segunda-feira, 22:07: os terroristas discutem entre si, na dúvida se destruir o Rio de Janeiro, no fim das contas, é um ato terrorista ou uma obra de caridade.

Segunda-feira, 23:30: mortos de fome, decidem comer alguma coisa no restaurante do aeroporto. Pedem um sanduíche de churrasco com queijo e uma limonada.

Terça-feira, 04:35: recuperam-se de uma intoxicação alimentar de proporções equinas, devido à carne estragada do sanduíche, no hospital Miguel Couto, depois de terem esperado horas para que o socorro chegasse e serem atendidos por uma enfermeira gorda, feia e mal-humorada. Seria questão de dois dias, se não fosse pela cólera devida à limonada feita com água contaminada.

Domingo, 17:20: saem do hospital e chegam próximos ao estádio do Maracanã. O Flamengo acabara de perder em casa para o Bangu, por 6x0. A torcida do Flamengo confunde os terroristas com integrantes da torcida adversária e aplicam-lhes uma surra sem precedentes. O chefe da torcida é um tal de Pé de Mesa, que abusa sexualmente deles.

Domingo, 19:45: finalmente são deixados em paz, com dores terríveis pelo corpo (e em algumas partes em particular) e, vendo uma barraca de venda de bebida, decidem se embriagar (uma vez na vida, mesmo que seja pecado!). Tomam cachaça adulterada com metanol e voltam ao Miguel Couto. Os médicos também diagnosticam gonorreia (Pé de Mesa não perdoa!) e nova infecção intestinal (frequentaram pela manhã o piscinão de Ramos).

Terça-feira, 23:42: os dois terroristas fogem do Brasil em um barco que roubam na Baía de Guanabara. Juram por Alá que não vão fazer atentados contra o Brasil. Preferem os Estados Unidos... onde as consequências são menores...


Essa fanfic é maravilhosa, sério mesmo.